geração distribuída em paineis solares

Quais são os tipos de geração distribuída de energia?

A geração distribuída é uma forma de distribuição de energia que se caracteriza pela proximidade dos geradores com os seus consumidores.

O que ocorre por meio dela é uma descentralização dos meios de geração centralizada, ou seja, a energia não precisa percorrer uma distância muito longa para ser usada, como é o caso com a energia proveniente das hidrelétricas.

Como funciona a geração distribuída?

Definida no Brasil pelo Decreto-Lei n.º 5.163 de 2004.

“Considera-se geração distribuída a produção de energia elétrica proveniente de agentes concessionários, permissionários ou autorizados, conectados diretamente no sistema elétrico de distribuição do comprador, exceto aquela proveniente de:

  • I – hidrelétrico com capacidade instalada superior a 30 MW; e
  • II – termelétrico, inclusive de cogeração, com eficiência energética inferior a 75%.”

Ou seja, como falado anteriormente, a geração de energia dessa forma foge dos meios principais de distribuição.

Isso ocorre mais comumente por meio de painéis solares ou turbinas eólicas, meios esses que possuem uma fácil conexão à distribuição geral de energia. Além disso, também são fontes de energia renováveis.

Quais as vantagens dessa modalidade de geração de energia?

  • Atrativo de investimentos: Essa forma de geração de energia não necessita de grandes construções de usinas por meio do governo. Dessa forma, é possível que empresas invistam diretamente em sua produção de energia.
  • Redução de perdas: Com uma necessidade de se transportar a energia por longas distâncias, é comum que haja perda de energia. Através da geração distribuída é possível evitar que isso ocorra, já que a geração de energia ocorre perto do consumidor. Sendo assim, evita-se o gasto com linhas de transmissão e se aumenta a efetividade do sistema elétrico.
  • Energia limpa: O uso dessa forma de geração incentiva o uso de formas de energia que não geram poluição, dessa forma consegue-se expandir a matriz energética enquanto ainda se preserva o meio ambiente.
  • Aumento de matriz energética: Com essa modalidade de geração de energia é possível aumentar a disponibilidade de energia no país. Dessa forma, é possível diminuir o custo da energia.

Quais os tipos de geração distribuída de energia?

A geração distribuída engloba a produção de energia pelos meios de energia solar, eólica, biomassa ou de pequenas hidrelétricas.

geração distribuída eólica
Exemplo de geração distribuída eólica

Os tipos mais comuns atualmente são os painéis solares que se instalam em cima das casas. Esses operam por conta própria e se ligam à rede de distribuição apenas para o autoconsumo.

Outra modalidade também comum é a de fazendas solares. Um serviço em que você paga para se tornar o dono de uma parte de uma usina solar e recebe a energia relativa à produção desse espaço contratado.

Quais as modalidades de geração distribuída?

Hoje a ANEEL permite quatro formas distintas de geração distribuída no país, a seguir explicamos cada uma delas.

Geração junto à carga

Sendo essa uma das mais comuns formas de geração, é também a mais simples de todas. Nela, a pessoa que deseja produzir energia instala um micro gerador no local onde realizará o consumo.

Esse é o modelo seguido por quem instala um painel solar no telhado de sua casa, por exemplo.

Autoconsumo remoto

Nessa modalidade estamos tratando do oposto da geração junto à carga. Enquanto na geração descrita acima o gerador está junto à localidade em que se deseja utilizar a energia, nesse caso o gerador fica em outro imóvel.

Deve-se atentar, porém, às regras da ANEEL, que ditam que ambos os imóveis devem estar registrados no nome da mesma pessoa física ou jurídica.

Essa é a segunda forma de geração distribuída mais comum no Brasil.

Geração compartilhada

Nesse caso, o próprio nome já sugere o que ocorre. A modalidade em questão se dá pelo meio de dois consumidores que compartilham a geração do mesmo sistema.

Para isso ocorrer é necessário que aqueles que irão usufruir do mesmo gerador abram juntos um consórcio ou uma cooperativa que irá ser a proprietária do gerador. Esse gerador deverá ser instalado em uma área que não pertença a nenhum dos membros do consórcio ou cooperativa.

A proporção de energia ou créditos que será disponibilizada para cada um dos membros fica estipulada por meio de contrato.

Esse é o modelo mais utilizado pelas fazendas solares, que consistem de um grupo de pessoas ou uma empresa que compra um lote visando produzir energia solar.

Empreendimento com múltiplas unidades consumidoras

Por fim, temos essa modalidade que muito se assemelha a descrita acima. Com uma única diferença marcante.

A modalidade segue os mesmo moldes da geração compartilhada, mas nesse caso o gerador é instalado em uma área comum do empreendimento.

Um exemplo desse modelo é o de um condomínio que deseja optar por geração de energia solar e instala painéis solares em suas áreas comuns.

Quais as regras para a geração distribuída no Brasil

No Brasil essa modalidade de geração de energia é regulada pela ANEEL, que especifica as regras a serem utilizadas na geração distribuída em sua Resolução Normativa Nº 482 DE 17/04/2012, e na evolução dessa resolução em sua RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 687/2015 . Algumas das normas são:

  • Definição das potências instaladas para micro (75 kW) e minigeração (5 MW);
  • Direito à utilização dos créditos por excedente de energia injetada na rede em até 60 meses;
  • Possibilidade de utilização da geração e distribuição em cotas de crédito para condomínios;
  • Foram estabelecidos prazos para processos, padronização de formulários para solicitação de conexão e definição de responsabilidades atribuídas aos clientes, à empresa responsável pela implantação do sistema e à distribuidora;
  • Foi possibilitada a forma de autoconsumo remoto, na qual existe a geração em uma unidade e o consumo em outra unidade de mesmo titular;
  • Foi possibilitada a geração compartilhada, onde um grupo de unidades consumidoras é responsável por uma única unidade de geração.

Quantos sistemas de geração nessa modalidade existem no Brasil?

Segundo dados da ANEEL a geração de energia por essa modalidade chegou em julho de 2022 a 12,2 GW de energia, sendo desse montante 11,9 GW gerados por meio de painéis fotovoltaicos.

A estimativa é que até o final do ano de 2022 se chegue até 15GW de geração de energia por meio da geração distribuída. Somente no início do ano foram adicionadas mais de 316 mil novas unidades de instalações fotovoltaicas. Para informações atualizadas, consultar o site da ANEEL.

Agora, de forma mundial, foi avaliado pela IEA (Agência Internacional de Energia) que entre os anos de 2019 e 2021 foram gerados 167 GW de energia. A estimativa para o ano de 2022 é de mais 59 GW.

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